Descoberta pode ajudar a desenvolver opções de medicamentos e livrar pessoas com a doença das injeções de insulina
Pesquisadores da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos,
descobriram que é possível fazer com que as células do intestino sejam
estimuladas a produzir insulina para tratar diabetes tipo 1. Isso
faria com que os pacientes com essa doença ficassem livres das
injeções frequentes de insulina. O estudo foi publicado nesta
segunda-feira no periódico Nature Genetics.
O diabetes tipo 1 é uma doença autoimune caracterizada pela
destruição das células do pâncreas responsáveis por produzirem
insulina. Uma vez que o pâncreas não consegue substituir essas
células, os pacientes precisam receber injeções regulares com o
hormônio para que a glicose no sangue seja controlada.
Nessa pesquisa, os especialistas mostraram que certas células
intestinais dos ratos estudados foram capazes de formar células
produtoras de insulina. De acordo com o estudo, essas células
gastrointestinais são responsáveis pela produção de outras diversas
células, e cada uma delas produz substâncias diferentes, como a
serotonina, um neurotransmissor que, entre outras coisas, ajuda a
regular o relógio biológico.
Os autores do estudo descobriram que quando eles desactivavam o gene
Foxo1 das células intestinais, as células progenitoras do intestino
também passavam a fabricar células produtoras de insulina. A produção
dessas células foi maior quando os pesquisadores desactivaram o gene em
ratos mais jovens, mas também aconteceu em ratos adultos.
De acordo com o estudo, quando o gene Foxo1 é desativado no pâncreas,
nada muda em relação à produção de insulina. No entanto, os
pesquisadores não sabem explicar porque essa alteração ocorre no
intestino. Segundo a pesquisa, as células gastrointestinais, por terem
receptores, produzem insulina em quantidade segura para responder correctamente aos níveis de glicose no sangue em ratos diabéticos. Além
disso, a insulina produzida no intestino, ao ser lançada na corrente
sanguínea, funcionou tão bem quanto a produzida normalmente no
pâncreas.
"Essas descobertas nos fazem pensar que induzir o intestino de um
paciente a fazer células produtoras de insulina seria a melhor maneira
de tratar o diabetes tipo 1 do que as terapias baseadas em
células-tronco embrionárias", afirma Domenico Accili, um dos autores
do estudo. De acordo com os pesquisadores, essa descoberta pode ajudar
o desenvolvimento de novas drogas que produzam insulina a partir de
outras células, como as gastrointestinais, evitando que o paciente
tenha que se submeter a injecções frequentes de insulina.
Artigo em: Portal Diabetes
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