30 de novembro de 2011

A Diabetes tem cura?

A Diabetes, quer seja tipo 1 (com início em idade jovem e necessitando de insulina desde o diagnóstico) ou tipo 2 (com início geralmente na meia idade e estreitamente relacionada com excesso de peso), é uma doença incurável.
 

Na Diabetes tipo1 os doentes pode ocorrer um período pouco depois do diagnóstico em que há uma aproximação à normalidade dos valores de glicemia, sendo necessária uma quantidade muito reduzida de insulina. Nesta fase, os doentes podem pensar que conseguem manter níveis normais de glicemia com uma pequena quantidade de insulina ou mesmo sem a administrarem. Chama-se a este período na evolução da doença período de «lua-de-mel».

É um erro pensar que a Diabetes está «curada» ou que a sua evolução se processa nesse sentido. De uma forma simplificada, a Diabetes tipo 1 manifesta-se quando cerca de 90% das células produtoras de insulina foram destruídas. Assim, na altura em que a doença é diagnosticada, a maioria das pessoas ainda é capaz de produzir alguma insulina. Se os sintomas da Diabetes tipo 1 surgirem quando a pessoa tem uma doença infecciosa aguda, como por exemplo uma gripe, quando esta resolver as necessidades em insulina vão baixar. Nesta altura, o número de células produtoras de insulina pode ser suficiente para fazer face às necessidades.

No entanto, o processo que já havia destruído 90% das células contínua, acabando por destruí-las na totalidade. Conforme a destruição progride, as necessidades de insulina injectada vão sendo gradualmente maiores, acabando o doente por ficar totalmente dependente da insulina exógena.

Actualmente pensa-se que é importante que as pessoas com diagnóstico recente de Diabetes tipo1 continuem a administrar insulina mesmo durante o período de «lua-de-mel», pois isso poderá ajudar a preservar as células secretoras por mais algum tempo.

Os indivíduos com Diabetes tipo 2 podem constatar que se tiverem excesso de peso na altura do diagnóstico e se depois perderem peso e iniciarem uma actividade física regular, os seus níveis de glicemia podem regressar à normalidade. Isso não significa que a Diabetes tenha desaparecido. O desenvolvimento da Diabetes tipo 2 é um processo gradual, no qual o organismo se torna incapaz de produzir insulina suficiente para as necessidades e/ou as células se tornam resistentes ao efeito da insulina. Gradualmente, o doente evolui desde a «alteração da tolerância à glicose» até à Diabetes.

Se o doente voltar a ganhar peso ou diminuir a actividade física, os níveis altos de glicemia regressam. Também se comer excessivamente a uma refeição, é provável que os valores de glicemia atinjam níveis elevados. Para além disto, a deficiência de secreção de insulina e/ou a insulino-resistência que estão na base da Diabetes vão intensificar-se com o passar do tempo e durante períodos de stress. Assim, a evolução mais frequente leva a que um doente que conseguia inicialmente manter níveis normais de glicemia com o regime alimentar e exercício físico o deixe gradualmente de conseguir, necessitando de antidiabéticos orais e/ou insulina.

A boa notícia para os diabéticos é que está comprovado que se mantiverem níveis de glicemia próximos da normalidade, qualquer que seja a terapêutica, o risco de desenvolverem complicações da Diabetes reduz-se substancialmente. Isso não quer dizer que a Diabetes esteja curada mas sim controlada.

A Diabetes não se cura mas controla-se!

Fonte: Logotipo do SEDM dos HUC

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