Uma tecnologia desenvolvida por
uma equipa internacional de investigadores, coordenada pelos portugueses António
Ribeiro e Francisco Veiga, da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra
(UC), já garantiu a protecção em ambiente gástrico e uma passagem de insulina
através do epitélio intestinal de ratos acima de 30 por cento, um nível de
biodisponibilidade sem precedentes, segundo foi hoje (dia 20) anunciado.
Para que a administração oral de insulina possa vir a ser uma realidade
terapêutica para a Diabetes, com melhorias significativas da qualidade de vida
dos doentes, a comunidade científica tem, num labirinto de interacções, dois
grandes desafios: garantir a protecção da insulina em ambiente gastrintestinal e
conseguir que atravesse o epitélio intestinal (barreira teoricamente impermeável
à passagem de moléculas como a insulina).
Fazendo uma analogia, “perante um
imponente muro, praticamente impossível de derrubar, a estratégia adoptada pela
nossa equipa, e que passa por um sistema de micro e nanopartículas já protegido
por duas patentes, conseguiu passar o muro”, explica António Ribeiro.
Apesar de ser considerado um
“passo de gigante” para o transporte de insulina, o investigador da UC adverte
que “não basta passar o muro. Temos de fazer novos estudos para mostrar como o
conseguimos, ou seja, quais foram os mecanismos que permitiram essa
passagem”.
Nesse sentido, os últimos estudos
desta tecnologia concebida pelos investigadores de Coimbra, composta por um
sistema de micro e nanopartículas, construídas à base de biopolímeros -
proteínas e polissacarídeos - para administração oral de insulina, revelaram, in
vitro, que a insulina encapsulada atravessa o epitélio intestinal por duas vias:
isolada e revestida.
Os resultados agora alcançados
foram obtidos por uma vasta equipa, que além dos coordenadores, António Ribeiro
e Francisco Veiga, envolveu os investigadores Isabel Vitória, Rui Carvalho,
Camille Woitiski e contou ainda com a colaboração de equipas do Centro de
Investigação de Ciências da Saúde (CICS) e da Universidade de Queens
(Canadá).
Artigo em: Campeão - Jornal Online
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