30 de maio de 2012


29 de maio de 2012

Exame distingue células beta no pâncreas para detecção precoce do diabetes


Pesquisadores da Universidade Vanderbilt, nos Estados Unidos, desenvolveram uma nova técnica capaz de iluminar e distinguir células beta presentes no pâncreas. A abordagem pode ajudar os médicos a diagnosticar o diabetes mais cedo e monitorar alterações na massa das células beta em resposta aos tratamentos.
As células beta residem no pâncreas e segregam insulina em resposta aos picos de níveis de açúcar no sangue. Em pessoas com diabetes, elas não funcionam corretamente, e muitas vezes estão em número reduzido.
Como as células beta compõem uma pequena porcentagem do pâncreas, a distinção delas do tecido circundante por meio de aplicações de imagem é difícil.
O pesquisador Jack Virostko e seus colegas fotografaram camundongos usando tomografia por emissão de pósitrons (PET). Eles usaram radioatividade para detectar tecidos e bioluminescência para identificar células beta geneticamente modificadas que expressam luciferase, a mesma proteína que faz brilhar os vaga-lumes.
Por meio da combinação destas duas técnicas, os autores conseguiram distinguir as células beta no interior da cavidade abdominal do rato.
Os pesquisadores, então, se uniram com químicos que haviam projetado traçadores para PET capazes de detectar apenas as células beta.
Eles analisaram um modelo de rato que tinha células beta que se iluminavam através da bioluminescência e que também expressavam o receptor da toxina da difteria. Quando os ratos foram injetados com a toxina da difteria, apenas as células que expressam o receptor beta foram mortas.
Os ratos foram fotografados com PET e bioluminescência antes da injeção com toxina da difteria. Quando os marcadores estavam funcionando corretamente, os sinais PET e de bioluminescência iluminaram apenas as células beta. Após a injeção de toxina, as células beta não ficaram visíveis, porque elas não sobreviveram para se ligar aos marcadores.
Para tornar o procedimento de triagem melhor, os pesquisadores projetaram um modelo pré-clínico. Eles transplantaram células beta humanas em ratos vivos e testaram os traçadores de PET para a capacidade de detectar as células humanas.
Segundo os pesquisadores, o trabalho representa uma ferramenta útil para testar marcadores de PET para a capacidade de rotular especificamente pequenos grupos de células. "A radiologia tradicional tem lidado com grandes estruturas. Se você tem um osso quebrado, isso é anatomicamente fácil de detectar. Mas se você está apenas perdendo estas pequenas populações de células, isso não é algo que você pode detectar na radiologia tradicional", conclui Virostko.

Artigo em: Portal Diabetes

Pâncreas Artificial passa 1ª fase de testes


Ferramenta automatiza grande parte do trabalho de monitoramento e manutenção dos níveis de açúcar no sangue de diabéticos
Uma equipe da University of Virginia School of Medicine, nos Estados Unidos, deu início ao primeiro teste ambulatorial de um pâncreas artificial capaz de tornar mais fácil o gerenciamento do diabetes tipo 1.
O dispositivo consiste em um smartphone reconfigurado para monitorar a bomba de insulina e o monitor contínuo de glicose dos pacientes.
A ferramenta automatiza grande parte do trabalho de manutenção dos níveis de açúcar no sangue.
Para o primeiro ensaio clínico, os pesquisadores recrutaram o paciente Justin Wood, de 40 anos.
Diagnosticado como portador do diabetes tipo 1 cerca de 28 anos atrás, Wood usa uma bomba de insulina para ajudar a regular o açúcar no sangue, mas deve verificar os níveis de açúcar no sangue através da punção no dedo, pelo menos, de três a cinco vezes ao dia.
Ele também precisa medir com precisão o consumo de alimentos, especialmente a quantidade de hidratos de carbono, para ajudar a ajustar sua fonte de insulina.
"Embora a gestão do diabetes já faça parte da minha natureza, é algo em que você pensa quase constantemente. A interface de operação do novo dispositivo é muito simples e rápido", afirma Wood.
Wood usou o dispositivo para ler e equilibrar o nível de açúcar no sangue. Na hora das refeições, como fazia com a bomba de insulina padrão, ele adicionou o que comeu para ajudar a equilibrar o açúcar no sangue mais rápido.
Segundo os líderes da pesquisa Patrick Keith-Hynes e Kovatchev Boris, o paciente ficou impressionado com o potencial do pâncreas artificial.
O dispositivo pode ainda reduzir o número de vezes que o paciente mede a glicose a partir de picadas no dedo para não mais do que duas vezes ao dia.
A equipe planeja, agora, continuar os testes ambulatoriais até 2013 na universidade e em três outros locais com um total de 120 pacientes.

Artigo em: Portal Diabetes

15 de maio de 2012

Diabetes tipo 1 tratada em ratinhos

Ratinhos com diabetes do tipo 1 ficaram livres da doença através da utilização conjunta de dois tratamentos que, aplicados de forma independente, não obtêm bons resultados. Publicado na edição desta semana da revista Science Translacional Medicine, o estudo representa mais um passo em direcção ao tratamento da doença, avança o jornal Público.
 
A diabetes de tipo 1 é uma doença auto-imune incurável, que vai destruindo as células do pâncreas responsáveis pela produção de insulina, uma hormona que desvia a glicose que está no sangue para as células, evitando os efeitos negativos deste açúcar. Apesar de haver condicionantes genéticas, sabe-se muito pouco sobre as causas desta doença que está a afectar pessoas cada vez mais novas. Só na população portuguesa, existem 3500 jovens até aos 21 anos com diabetes do tipo 1 e, ao todo, são 50.000 portugueses.
 
Os diabéticos não produzem insulina e têm, por isso, de injectar esta hormona várias vezes por dia antes das refeições, de modo a controlar os efeitos negativos do açúcar no sangue, que, ao longo do tempo, pode provocar cegueira, arteriosclerose, entre outros problemas.
 
Após décadas de investigação, o mais próximo que se consegue de um tratamento é o transplante do pâncreas ou das células-beta produtoras da hormona. Mas estes métodos não curam a resposta auto-imune inicial e, passados poucos anos, o problema reincide.
 
“Dois em um”
 
Por isso, a equipa de Defu Zeng, do Instituto de Investigação de City of Hope, na Califórnia, EUA, fez um estudo “dois em um”. Por um lado, criou no mesmo ratinho um sistema imunitário quimérico, ou seja com duas fontes diferentes de células imunitárias. Aplicou células imunitárias de um animal que não tinha esta doença auto-imune em ratinhos com diabetes, numa fase tardia da doença, em que já não produziam insulina. Os ratinhos passaram a produzir, na medula óssea, células imunitárias de duas fontes: as suas, que eram as originais, e as novas células a partir das que foram administradas.
 
Depois, os cientistas provocaram a diferenciação e a multiplicação de novas células-beta do pâncreas, a partir de células estaminais que existem no órgão. Para isso, utilizaram um tratamento hormonal.
 
O resultado teve sucesso a longo prazo. Houve a criação e multiplicação de novas células-beta que produziram insulina. Por outro lado, o sistema imunitário quimérico evitou a reacção auto-imune.
 
“É um estudo importante porque faz aquilo a que se chama a prova de conceito”, explica João Filipe Raposo, director clínico da Associação Protectora dos Diabéticos Portugueses. “Actua nas várias fases da doença e mostra que consegue haver regeneração”, disse ao Público.
 
Na experiência, 60% dos ratinhos conseguiram obter esta regeneração. O que é “um resultado encorajador”, disse o professor da Faculdade de Medicina da Universidade Nova de Lisboa. Para João Filipe Raposo, este estudo “abre perspectivas e permite aumentar a esperança de que no futuro se consiga curar a diabetes do tipo 1”.
 
Mas este tratamento, a ocorrer, não será nos próximos cinco ou dez anos, segundo o médico. Primeiro, será necessário alargar o estudo a mais ratinhos, ao mesmo tempo que é necessário seguir os que já foram tratados, para verificar se o tratamento continua a resultar, refere João Filipe Raposo ao Público.
 
Depois, é preciso passar para um modelo animal mais parecido com os seres humanos em relação à diabetes. Finalmente, se tudo correr bem, é necessário mostrar que o tratamento não tem efeitos negativos nas pessoas. Apesar de a diabetes aparecer em média em crianças com oito anos, “e está a aparecer cada vez mais cedo”, acrescenta, o tratamento terá de ser testado primeiro em adultos e só depois em crianças, cujas regras para entrar em ensaios clínicos são ainda mais apertadas.
 
Artigo original em: rcmpharma

9 de maio de 2012

Parasita pode ser usado na prevenção de diabetes


Cientistas da Fundação Oswaldo Cruz, no Rio, descobriram que o parasita causador da doença de Chagas pode ser usado na prevenção de um tipo de diabetes .
Pela lente do microscópio, dá para ver bem o Trypanosoma Cruzi, protozoário que causa a doença de Chagas. Mas que agora é visto como esperança para quem sofre de diabetes tipo 1.
A descoberta foi por acaso. Enquanto pesquisavam a doença de Chagas, cientistas da Fiocruz perceberam que camundongos que recebiam o Trypanosoma Cruzi no laboratório não desenvolviam Diabetes. Apesar de serem geneticamente propensos à doença.
Os testes começaram em 2005 e a equipe da Fiocruz, em parceria com a Faculdade de Medicina de Petrópolis, está otimista com os resultados: o diabetes não se manifestou em nenhum animal.
“É uma proteção extremamente robusta. Você continua tendo uma proteção muito alta, em torno de 100%, mesmo quando você usa uma droga que desencadeia diabetes nesses camundongos”, afirma o pesquisador da Fiocruz José Mengel.
Agora, os cientistas querem identificar qual é a substância produzida pelo parasita capaz de proteger o organismo. Assim vai ser possível usá-la em pacientes, sem infectá-los com a doença de Chagas.
O diabetes tipo 1 é uma doença autoimune. O corpo ataca as células do pâncreas, que produzem insulina. O hormônio é responsável pela quebra das moléculas de glicose para transformá-las em energia. Quando não há produção de insulina, a quantidade de açúcar no sangue aumenta. E as consequências podem ser problemas na visão, nos rins e no coração.
O diabetes tipo 1 atinge principalmente crianças e jovens que se tornam dependentes de insulina a vida inteira para controlar a doença. A expectativa dos pesquisadores é que no futuro a descoberta feita nesse laboratório se torne o primeiro remédio capaz de prevenir a doença.
“Nas pessoas que já tem pais que apresentam a doença, a gente já sabe de antemão que eles tem mais chances de ter diabetes tipo 1. Você poderia vacinar essas pessoas contra um futuro aparecimento da diabetes tipo 1”, completa José Mengel.
A descoberta ainda precisa ser testada em seres humanos.


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