8 de fevereiro de 2013

Sessão única de terapia genética cura diabetes tipo 1 em cães


Pesquisadores da Universitat Autònoma de Barcelona, na Espanha, conseguiram curar completamente o diabetes tipo 1 em cães com uma única sessão de terapia genética. Esta é a primeira vez que a doença foi curada em animais de grande porte e representa um passo fundamental no sentido de aplicar a terapia em seres humanos.
A pesquisa, liderada por Fátima Bosch, mostrou que após uma única sessão de terapia genética, os cães recuperaram a saúde e já não apresentavam sintomas da doença. Em alguns casos, o acompanhamento continuou por mais de quatro anos, sem reincidência dos sintomas.
A terapia é minimamente invasiva e consiste em uma única sessão de várias aplicações de injeções nas pernas traseiras do animal, utilizando agulhas simples que são normalmente utilizadas em tratamentos cosméticos.
Estas injeções introduzem vectores de terapia génica, com um duplo objetivo: expressar o gene da insulina, por um lado, e de glucoquinase, por outro. Glucoquinase é uma enzima que regula a absorção de glicose a partir do sangue. Quando ambos os genes agem simultaneamente, eles funcionam como um "sensor de glicose", que regula automaticamente a absorção de glicose do sangue, reduzindo assim o excesso de açúcar no sangue.
Segundo os pesquisadores, a terapia genética se mostrou eficaz e segura. Ela se baseia na transferência de dois genes para o músculo de animais adultos utilizando uma nova geração de vetores seguros muito conhecidos como vetores adenoassociados. Estes vetores, derivados de vírus não patogênicos, são amplamente utilizados em terapia genéticas e têm sido bem sucedido no tratamento de várias doenças.
Os cães tratados com a terapia mostraram bom controle da glicose em todo o tempo, tanto em jejum quanto quando alimentados, em comparação com cães que receberam injeções diárias de insulina.
Além disso, os cães tratados com os vetores adenoassociados melhoraram seus pesos e não desenvolveram complicações secundárias quatro anos após o tratamento.
"Este estudo é o primeiro a demonstrar uma cura a longo prazo para o diabetes em um modelo animal de grande porte usando terapia genética", ressalta Bosch.
Este mesmo grupo de pesquisa já havia testado este tipo de terapia em ratos, mas os excelentes resultados obtidos pela primeira vez com grandes animais estabelecem as bases para a tradução clínica desta abordagem de terapia genética para pacientes diabéticos.
Artigo original em: isaúde.net

Britânicos testam vacina contra a diabetes tipo 1




Está a ser testada por cientistas britânicos uma vacina destinada a travar a progressão da diabetes tipo 1 que, se for eficaz, poderá ajudar milhões de pacientes em todo o mundo. O objetivo da vacina é parar ou desacelerar o ataque feito pelo sistema imunitário ao pâncreas, a principal causa da doença que habitualmente se desenvolve ainda na infância.
 
O ensaio clínico está a ser desenvolvido na Universidade de Cardiff, no Reino Unido, e os especialistas esperam conseguir proteger aquele órgão e evitar que as células do sistema imunitário matem as células produtoras de insulina, responsáveis pela regulação dos níveis de glicose no sangue.
 
De acordo com os médicos, a diabetes tipo 1 deve-se a causas genéticas e não ao estilo de vida ou a problemas como a obesidade. A menos que os pacientes realizem uma terapia diária e contínua com insulina, a patologia pode tornar-se fatal.
 
"Acreditamos que esta nova terapia imunitária poderá evitar ou desacelerar o processo pelo qual o organismo danifica as suas próprias células produtoras de insulina no pâncreas", explica Colin Dayan, professor daquela universidade britânica e responsável pela coordenação dos testes, citado pelo portal especializado Medical Daily.
 
A investigação preliminar provou que a vacina é segura e os cientistas pretendem, agora, determinar se o tratamento é realmente eficaz. Para o fazer, a equipa está a recrutar pacientes adultos diagnosticados recentemente com diabetes tipo 1 e que acabaram de começar a tomar insulina para integrar o ensaio clínico.

Vacina poderá contribuir para melhorar qualidade de vida
 
Segundo Dayan, "as informações obtidas através do ensaio e combinadas com futuros estudos poderão contribuir para melhorar a qualidade de vida e a saúde a longo-prazo de muitas crianças e adultos com diabetes tipo 1, bem como das gerações futuras".
 
O ensaio clínico conta, além da Universidade de Cardiff, com a participação da Guy's and St. Thomas NHS Foundation, em Londres, da Bristol Royal Infirmary e do Royal Victoria Hospital em Newcastle.

A diabetes tipo 1, também conhecida por diabetes insulinodependente ou diabetes infanto-juvenil, carateriza-se por uma insuficiente produção de insulina pelo pâncreas, já que as células deste órgão são vítimas da chamada destruição autoimune.
 
Os portadores da doença necessitam de injeções diárias de insulina para manterem os níveis normais de glicose no sangue, existindo risco de vida caso as doses não lhes sejam administradas atempadamente. Embora ocorra em qualquer idade, a diabetes tipo 1 é mais comum em crianças, adolescentes e jovens adultos.

Artigo original em: Boas Notícias
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