14 de novembro de 2014


11 de novembro de 2014

Fármaco para hipertensão pode curar diabetes tipo 1

A cura para a diabetes tipo 1 pode estar num fármaco utilizado amplamente para tratar a hipertensão arterial. Um novo estudo acaba de provar que o medicamento, o verapamil, é capaz de reverter totalmente a doença em modelos animais e o primeiro ensaio clínico com humanos arranca já em 2015.
 
Os investigadores da Universidade do Alabama em Birmingham (UAB), nos EUA, conquistaram, recentemente, uma bolsa de mais de dois milhões de dólares para a condução deste ensaio com vista a apurar se o fármaco tem o mesmo efeito nos pacientes, o que poderia significar a erradicação deste tipo de diabetes.
 
De acordo com um comunicado da instituição universitária norte-americana, os cientistas vão estudar uma abordagem diferente de todas as que hoje sãpo utilizadas no combate à doença, focando-se na promoção de células especializadas do pâncreas - as células beta - responsáveis pela produção da insulina de que o organismo necessita para controlar os níveis de glicose no sangue.
 
Ao longo de vários anos, a equipa da Universidade do Alabama provou que os elevados níveis de açúcar no sangue fazem com que o corpo produza em excesso uma proteína denominada TXNIP, que cresce no interior das células beta como resposta à diabetes, conduzindo à sua morte e sabotando os esforços do organismo no sentido de gerar insulina.
 
"Já demonstrámos, anteriormente, que o verapamil consegue prevenir a diabetes e até revertê-la em modelos animais, bem como reduzir os níveis da proteína TXNIP em amostras de células beta humanas, o que sugere que poderá haver benefícios em pacientes reais", explica Anath Shalev, cientista que será um dos coordenadores do ensaio clínico.
 
Segundo Shalev, "ao reduzir a TXNIP, mesmo no contexto de um quadro grave de diabetes, há efeitos benéficos, atacando-se aquela que é a principal causa da doença: a perda de células-beta". 
 
"A nossa abordagem tenta combater esta perda promovendo, para isso, a produção de células-beta e de insulina pelo próprio paciente, um tipo de tratamento que, neste momento, ainda não existe", congratula-se o investigador.

Ensaio clínico com humanos arranca no início de 2015
 
O ensaio clínico vai contar com a participação de 52 pessoas com idades entre os 19 e os 45 anos que tenham sido diagnosticadas com diabetes tipo 1 nos três meses anteriores ao seu início. Aleatoriamente, e durante um ano, todos vão receber doses de verapamil ou de um placebo, mantendo, ao longo desse período, as injeções de insulina.
 
Além disso, vão também dispor de um sistema contínuo de monitorização de glicose que lhes vai permitir medir os níveis de açúcar no sangue durante 24 horas por dia, sete dias por semana.
 
"Atualmente, podemos prescrever insulina e outros tipos de medicação para reduzir os níveis de glicose, mas não temos forma de parar a destruição das células beta, pelo que a doença continua a progredir", realça Fernando Ovalle, cientista e diretor do centro para a diabetes da UAB que vai também participar nos testes.
 
"Se o verapamil funcionar em humanos, estaremos perante um desenvolvimento verdadeiramente revolucionário no que toca a esta doença que, todos os anos, afeta um maior número de pessoas", acrescenta.
 
Uma vez que o modo de ação deste fármaco é muito diferente daqueles a que os especialistas recorrem hoje em dia, esta investigação abre caminho a um novo campo de estudos no âmbito da descoberta de soluções contra a diabetes.
 
"Queremos encontrar novos medicamentos - diferentes dos atuais - que consigam parar a epidemia mundial que é a diabetes e melhorar a vida das pessoas afetadas pela doença", afirma Shalev. "Finalmente, temos razões para acreditar que estamos no caminho certo", conclui.
 
Artigo em: Boas Notícias

1 de novembro de 2014

Transplante de células saudáveis é realizado com sucesso

Células do pâncreas protegidas por “cápsula” são transplantadas pela primeira vez em um humano. Esperança é de tratamento definitivo para o diabetes tipo 1.

viacyte vc01 diabetes
Michael Scott, vice-presidente da ViaCyte, segura um exemplar da cápsula que contém células pancreáticas.

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Um marco na história da luta contra o diabetes pode ter sido conquistado hoje, 30 de outubro. A Universidade da Califórnia, nos EUA, anunciou o primeiro transplante em humano da cápsula VC-01, contendo células pancreáticas saudáveis e funcionais. A esperança é que estas células transplantadas possam trabalhar como se fossem células naturais do paciente, controlando a glicemia sem a necessidade de qualquer medicamento.
Diabeticool publicou no dia 28 de agosto uma matéria que explica em detalhes o que é a cápsula e como ela funciona. 

O dispositivo é esperado com ansiedade pela comunidade diabética, já tendo sido apelidado de “cura do diabetes tipo 1”.
 
COMO FUNCIONA?

Uma das características fundamentais do diabetes tipo 1 é a falta de produção de insulina pelo corpo. Isto acontece porque as células responsáveis por produzir o hormônio (as células beta) são destruídas pelo próprio sistema de defesa da pessoa. Assim, o diabético passa a depender de injeções constantes de insulina a fim de manter os níveis de açúcar do sangue em valores adequados.
O VC-01 promete resolver estes problemas. Células do pâncreas saudáveis (isto é, produtoras de insulina e de demais hormônios necessários ao corpo), derivadas de células-tronco, são inseridas em uma pequena “cápsula”, do tamanho de um band-aid. A cápsula protege as novas células contra o ataque do sistema imune, mas permite a passagem de nutrientes e oxigênio, para que sobrevivam.
Assim, as células transplantadas são capazes de liberar insulina na corrente sangüínea na quantidade exata, sem sofrer danos durante o processo.
Se tudo der certo, a glicemia poderá ser controlada a partir de dentro do próprio corpo.

E DÁ CERTO? QUANDO CHEGA?
Testes prévios em animais mostraram resultados positivos no controle da glicemia, incluindo diminuição no número de episódios de hipoglicemias. Em agosto, conforme o Diabeticool noticiou, o governo norte-americano aprovou o teste do dispositivo em humanos.
O primeiro transplante foi feito agora, e novos são planejados para os próximos meses. Os voluntários selecionados seguirão em avaliação médica durante os próximos dois anos. Neste tempo, a viabilidade e efetividade do novo método como tratamento do diabetes (em especial do tipo 1) serão testadas. Enquanto isso, milhões de pessoas no mundo inteiro aguardarão ansiosas pelos resultados (fique ligado aqui no site para saber todas as novidades sobre o transplante!).
“Tratar o primeiro paciente com nosso produto de substituição de células pancreáticas é um passo importante na jornada rumo à transformação do jeito como os pacientes com diabetes tipo 1 lidam com a doença”, disse o dr. Paul Laikind, presidente da empresa ViaCyte, desenvolvedora das cápsulas.

Artigo em:Diabeticool
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